este é o meu bloco de notas numa aventura asiática

sexta-feira, março 04, 2005

9 anos depois


Eu sei que me repito mas Tokyo tem mesmo muita gente e uns cinema de porcaria.
O tão ansiado Before Sunset estreou finalmente... numa sala de cinema. UMA sala de cinema.
Sabem o Hollywood Ending do Woody Allen? Vai estrear daqui a uns tempos. VAI, futuro!!!! Não sei do que adianta ser dos primeiros países a acordar e uma economia líder se têm esta rede de distribuição cinéfila manhosa!
Adiante...
Voltando à vaca fria. Continuando nos meus hábitos "di pobri" fui ao cinema no primeiro dia do mês para ser mais barato (só 8 euros...). Parece-me que há muito pobri em Tokyo porque quando cheguei ao cinema (thee one) era uma fiiiiillllaaaaaaaaaaaa... Nervosa aguentei a minha vez para comprar quase os últimos bilhetes! Ih Ih
Agora vejam a organização: os lugares não eram marcados, mas eram numerados... o que queria dizer que se entrava por ordem de compra dos tickets... Han? Democrático não? Claro que eu fiquei lixada da vida porque tinha o número 227 ( a sala deve ter 230 lugares!) e o lugar que sobrava era na segunda fila de lado...
Whatever... pude ver em tela a continuação da saga Jessie e Celine depois de 9 anos desencontrados. Como dum encontro fortuito se pode tocar tanto outra pessoa?
E a cena do carro... quando ela quase que toca nos cabelos dele... Damn... não consigo dizer mais nada.Vejam os dois filmes Before Sunrise e Before Sunset e vejam a vossa vida.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Afinal, gostos não se discutem! Já há muito apregoa o velho ditado, apesar de não ser unanimemente reconhecido!
E se o Cinema não está nos 10+ do gosto do japonês, é perfeitamente compreensível que tenham as salas e a distribuição que têm.
Agora, o que é surpreendente é o sistema de atribuição dos lugares. Como é que é?
O 1º fica sentado à frente? Atrás?
Nenhum deles costuma ser o mais favorável na relação ecrã/espectador.
No mínimo intrigante!

6:47 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

Hummmm...
Quer parecer-me que eles são muito ciosos da sua cultura e tradição. Nada melhor do que não deixar entrar muitas coisas "estranhas", não vá o diabo tecê-las e contaminar os gostos do povo.
Afinal, eles sempre têm cinema...algo chato, mas têm.

1:54 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Acho que não é assim tão linear!
Se virmos bem, os japoneses parecem oscilar entre um conservadorismo inveterado e um fascínio insaciável por todas as manifestações de cultura ocidental, como se sofressem de doença bipolar ou de dupla personalidade. A obsessão pela modernidade leva-os, em minha opinião, a desejarem ser europeus ou americanos, os seus melhores modelos de civilização, e ao consumo ávido e mal digerido de todas as suas manifestações culturais. Já toda a gente viu um enorme grupo de japoneses a visitar um museu europeu. É impossível não reparar! A obsessão em registar tudo obriga-os a uma actividade frenética em massa (porque nunca andam sozinhos), que apenas permite a captação superficial dos considerados bons modelos da civilização ocidental.
E depois surge, como que a regular esta psicose, a outra identidade do japonês, ultra-conservadora de todos os valores definidores da sua marca. E aí sim, uma sociedade japonesa mais fechada que o círculo social arquitectónico do Porto emerge, com comportamentos, regras e leis que só os iniciados compreendem.
E o Japão é a malha resultante destes dois fios, com os seus defeitos mas, também, com particularidades deliciosas como por exemplo os filmes 'Tampopo' de Juzo Itami ou 'Ran','Dreams' e 'Rhapsody in August' de Akira Kurosawa.

11:53 da manhã

 

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