este é o meu bloco de notas numa aventura asiática

sábado, janeiro 29, 2005

prova superada!

ahhh... são 6.53 am (tokyo hour) embora o meu lindo pc marque 21.53 (Greenwich hour)
esta é só mais uma das directas das últimas duas semanas ao longo das quais os japoneses foram destruindo qualquer sentido que a minha vida e a minha noção de horários tinha... na minha vida anterior que pretendo recuperar muito em breve...
enfim... mas esta foi a melhor directa de todas... primeiro, porque descobri como é que eles sobrevivem a esta loucura de vida: aham, bebidas energéticas, meus amigos... mas não são essas tretas de redsbulls, é todo um mundo de vitaminas e sei lá mais o quê, ocupa todo um expositor em qualquer loja de conveniência...
enfim, fico sempre feliz quando descubro um qualquer segredo japonês...
o segundo motivo é... finalmente acabei o meu trabalho!!!!!!!!!! uma apresentação catita, uns posters síntese do trabalho lindos lindos e impressos em papel fotográfico mate que quase me ia matando de tanta comoção...
Um design bem bonito, uma maquete para a qual olho embevecida e só vos digo... quando eu tiver o meu atelier (cof cof cof, quando é que é mesmo o degelo da antártida?) só contrato japoneses...
é difícil pô-los a pensar... pedir uma opinião é um cabo dos trabalhos, mas quando já se resolveu o projecto todo e só é preciso executar as peças finais são ESPANTOSOS!!!
minimalistas qb, atenciosos aos detalhes, perfeccionistas e muito sensíveis.
Eu fiquei maravilhada, estupefacta, estupidificada e FELIZ!
Porque realmente agora acho que até temos um projecto bem engendredado!
Funcionou bem afinal!!!

Da janela vejo o nascer do sol (como já vi ontem e anteontem e há 3 dias...) mas hoje parece-me mesmo um novo dia!
Amanhã... bem daqui a umas horas, vamos apresentar o projecto a Tokyo aos habitantes da área onde trabalhámos, mas como é em japonês pretendo assumir a terrível tarefa de carregar no botão para avançat com o power point!

segunda-feira, janeiro 24, 2005

re-tensha: parte 2

Lembram-se daquele workshop em que participei para reciclar bicicletas?... Logo nos primeiros dias aqui no Japão?
Até mencionei que tinha sido entrevistada...
Pois foi... o que eu não sabia é que era PARA A TELEVISÃO NACIONAL!!!!!!!!
Pois é, aqui a vossa amiga apareceu na televisão japonesa!

O primeiro indício foi a minha colega das aulas de japonês que é da Mongólia e quase não fala inglês por isso decide sempre falar comigo em japonês... Eu bem que tento dizer que não percebo nada mas ela insiste e eu lá vou acenando que sim, sem perceber nada... Pois um dia, cheguei eu atrasada à aula (que estranho) e ela começa a falar comigo “Sara-san... bla bla... asa [manhã]... bla bla.. terebi [televisão]...” e eu pois pois sim sim. Viste-me na televisão, não foi? Eu também vejo homenzinhos verdes às vezes, é normal não te preocupes... E ela a insistir “Sara-san... terebi... re-tensha”... Re-tensha? Disseste Retensha, essa-bela-organização-de-reciclagem-de-bicicletas-que-organizou-o-workshop-em-que-participei-e-em-que-realmente-fui-entrevistada-por-uns-senhores-com-câmaras??!! Ah... talvez até nem estejas a delirar...
Uns dias mais tarde decidi perguntar a um dos meus colegas de grupo que também faz parte dessa linda organização que é a Re-tensha se realmente tinha passado uma notícia na televisão. Ah, que sim, sim senhora e eu arranjo-te uma cópia...
Pois meus amigos, já a vi! E caraças se era para falar na televisão japonesa bem que podia dizer algo de jeito!!!!!! Que vergonha, que vergonha...
Reh reh, estou a gozar, não foi assim tão mal e nem estou muito despenteada! E o meu lindo discurso em inglês tem legendas japonesas!! Fixe!
E o que a população japonesa ficou a saber foi que eu realmente achava uma boa ideia, tantas bicicletas abandonadas por aí, e com a ajuda de todos é rápido e eficiente, bla bla.
Ah pois... muito importante.

domingo, janeiro 23, 2005

sumo

Por um preço um pouco exorbitante fui assistir a um campeonato de Sumo. Sim, sumo, esse “desporto” tradicional japonês em que dois tipos muito gordos lutam.
Confesso que não sou grande fã, mas não podia desperdiçar uma oportunidade de assistir ao vivo.
Pois então sumo...
Um combate de sumo é cheio de rituais. Primeiro os dois combatentes olham-se nos olhos, mostrando respeito, depois mandam sal para o ar para “limpar a atmosfera”, de maus espíritos, entenda-se. Fazem isto uma série de vezes (demorando cerca de 2 mn) até que se enfrentam na luta propriamente dita. A luta é incrivelmente rápida, à volta de 5 segundos, 10s é uma luta bem renhida. As regras são muito básicas: a ideia é fazer com que o adversário caia no chão ou saia da linha que delimita o “ringue”. E já está.
Os combatentes de sumo tem uma vida algo disciplinada. Acordam às 5 da manhã e treinam em jejum até às 10, quando tomam uma longa e bem reforçada refeição bem calórica. Para potenciar o efeito das calorias ingeridas, vão dormir a seguir (por isso já sabem: sestas a seguir ao almoço, engorda!!), acordando por voltas das 15. A tarde é livre, podem ir ao ginásio, passear, ao mc’donalds...
Só os sumos das duas divisões superiores recebem salários. Mas vivem todos juntos, com direito a cama e comida, num esquema muito organizado (ou não estivéssemos no Japão) em que só os sumos da primeira divisão tem direito a quarto individual e os sumos de 3a categoria tem que cozinhar para os melhores (uma das razões porque quando se reformam muitos antigos combatentes abrem restaurantes).
Os combatentes de sumo são figuras importantes na sociedade, principalmente por representarem os valores históricos do Japão Imperial. É o desporto mais antigo ainda hoje praticado e é mais pelo valor histórico e tradicional que é preservado, não tanto pelo fascínio que exerce.
Como seria de esperar as novas gerações não apreciam assim tanto este desporto, preferindo desportos mais agressivos como o boxe e, por isso dizem por aí que o Sumo está em decadência.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

estratégias

haha! Desenvolvi uma nova estratégia para lidar com o meu grupo de japoneses!
Inicialmente pressionava-os bastante para falarem inglês e o resultado era o trabalho avançar muito lentamente porque a maior parte do tempo ficávamos feitos parvos a olhar uns para os outros e basicamente eu é que tinha que puxar por toda a gente e tenho a vaga ideia que eles não entendem nada do que digo e diziam que sim a tudo. No início aquilo andou mesmo devagar porque eu não queria impôr as minhas ideias, queria mesmo discutir o projecto e era difícil fazê-los mostrar as suas ideias...
Agora deixo-os falar japonês e fico a olhar com muita atenção a ver o que apanho do meu fraco vocabulário e dos esquissos que vão fazendo. Periodicamente vou pedindo que me façam um mini resumo do que estavam a falar e meto-me na discussão. Entretanto vou construindo o meu vocabulário de palavras úteis tipo relva (shiba), rampa (saka) muito inclinado (kyu), pouco inclinado (yurui), etc.
Já estão a imaginar o tipo de conversa: “ pois aqui onde a saka é yurui pomos shiba e uns bench”... e muitos desenhos pelo meio! Valha-nos essa linguagem universal.
Não é perfeito mas vai funcionando e pelo menos não tenho a ideia que os levo a reboque mas que é mesmo um trabalho de grupo.

Uma conclusão da minha experiência de trabalhar com estudantes de arquitectura no Japão: a arquitectura holandesa é uma praga por todo o Mundo!

quinta-feira, janeiro 20, 2005

sunset


Monte Fuji e Tokyo do alto do Tokyo Metropolitan Office Building (46ºandar) Posted by Hello

teoria da relatividade

Tudo é mesmo relativo.
Tantas coisas que me ensinaram como má-educação aqui não fazem sentido. No Japão é má educação assoar o nariz, mas já não é má educação ficar 10 horas a fungar...
...O som de um japonês a sorver o esparguete ou o chá quente... brrrr...
Tento que não me incomode mas é mais forte do que eu!
Só espero que quando voltar não esteja já alterada por estes hábitos!

terça-feira, janeiro 18, 2005

sustentabilidade

No âmbito da minha pesquisa sobre a experiência japonesa no campo da Sustentabilidade fui visitar a Takenaka Corporation, uma empresa de construção civil.
Claro que no Japão uma empresa de construção civil não é uma mera empresa de construção civil... É um monstro de empresa com 8000 funcionários e constroem tudo desde a casinha no subúrbio ao oleoduto no Médio Oriente.
Outra particularidade japonesa que me levou a esta empresa é a network de ligações que se estabelecem nesta sociedade... Pois eu vim parar a esta empresa porque o meu professor advisor é amigo dum dos engenheiros e do General Manager do Environmental Planning Department. Amigo faz favor a amigo a já fez a favor a amigo e toda esta complexa rede de ligações faz com eu seja recebida com pompa e circunstância pelos Engenheiros. Mostram-me tudo, explicam-me tudo. Visita guiada ao novo edifício-sede que estão a usar como projecto piloto para testar as próprias tecnologias “environmentally friendly”. Muito, muito interessante.
No Japão há 5 “major contractors” e todas estão a investir fortemente no campo ambiental, criando, para isso, departamentos especializados e desenvolvendo novas tecnologias em “research centers” maiores que os do próprio estado.
O aumento do preço do petróleo, a maior fonte de energia usada no Japão, e a aceitação de que se trata dum recurso finito, despoletaram um investimento em tudo o que é tecnologia “energy-saving”.
Quando avançar mais na minha pesquisa, prometo voltar ao tema.

domingo, janeiro 16, 2005

Bus Stop Boxer, eels

I don’t miss where I came from
But each night I dream about being back home
When wake up in the morning
I’m too tired and tired of being alone

sábado, janeiro 15, 2005

relação amor-ódio ou (sobre)viver no japão

A maioria dos estrangeiros no Japão está aqui temporáriamente, sempre de passagem para qualquer lado... Mesmo que já tenham passado 10 anos ainda é temporário e, se calhar, só quando se constitui família e começam a vir as crianças é que se começa a aceitar a longa (eterna) permanência.
Os que conheço na faixa etária 20-30 estão todos de passagem. Ninguém quer cá ficar. Todos passaram pela fase “wow, isto é uma loucura” para rapidamente descobrirem as dificuldades de viver numa cultura diferente. Passa-se da excitação para a depressão. É cansativo. O Japão não é um país “welcoming” para estrangeiros, não é, principalmente ocidentais, como eu. Há uma barreira cultural, racial, o que lhe quiserem chamar... completamente intrasponível.
Há então a fase do choque cultural. Tudo parece horrível, estúpido e os japoneses uns autênticos aliens, umas avantesmas que não percebem nada de nada. E nós não percebemos nada da vida deles também.
Mas mesmo sem querermos o dia-a-dia entranha o Japão dentro de nós. Do choque passa-se para a aceitação e habituação... Afinal isto não é assim tão mau... Aprende-se a língua, constroem-se hábitos, relações com os espaços que se habitam, e amizades...
Uma pessoa não vive sem amigos, sem contacto humano. Para a sobrevivência de um ocidental no Japão é obrigatória a criação de uma rede de amigos... ocidentais.
Não, no Japão é difícil ter amigos japoneses.
Eu acho que estou em pós-choque cultural e começo a ver as imensas qualidades deste País. A habituar-me à eficiência, à pontualidade, à imensa oferta de tudo e mais alguma coisa neste mercado imenso.
Há muita coisa boa e de que vou ter saudades mas este país não é fácil!

uma sexta-feira normal em Tokyo

Instruída pela família e amiga para receber uma amiga da amiga (aquelas histórias...) que vinha a Tokyo em trabalho, fui para a super metrópole sexta-feira passada. Como amigo do meu amigo é meu amigo também parecia-me pelo menos uma noite diferente, e uma hipótese de falar português!
Primeira paragem: o super hotel em que a amiga da amiga estava instalada. Com 3 horas disponíveis para “ver tokyo”, lá nos enfiámos no comboio até Shibuya... 2 portuguesas e uma belga (lá se foi o falar português...) Pois para mim ver Tokyo é ver gente, muita gente e não há sítio com mais gente que Shibuya!
Estava a contar infiltrar-me no jantar oficial da (já) minha amiga quando percebi que não dava...
Bem estou em Tokyo e tenho que fazer tempo porque tínhamos ficado de sair depois do jantar... Saquei do meu telemóvel e telefonei a um português que vive em Tokyo, cujo o contacto me tinha sido dado em Portugal e eu ainda não me tinha encontrado com o rapaz. Confesso que ligar a convidar um estranho para jantar só porque é português era no mínimo insólito. Mas, estamos no Japão... que se lixe. Ligação feita, jantar combinado! Finalmente a minha oportunidade de falar português e trocar opiniões...
Jantar muito agradável. É sempre interessante saber como é que as outras pessoas vieram parar ao Japão...
E porque a minha amiga da amiga nunca mais me ligava para nos encontrarmos, segui com o português para Roppongi para um café (ah pois, mesmo no japão, jantar não é jantar sem cafézinho no final... e só os portugueses parecem entender isso) e depois para um bar para irmos ter com os amigos dele. Entre venezuelanos, americanos, francesas, mais uma miscelânea de nacionalidades. Fui ficando no parlapié até receber a chamada prometida... que o jantar só agora tinha acabado e que já não lhe apetecia sair, cansada, jet lag, eu compreendo, eu compreendo.
Bem, vim eu para Tokyo para sair e mostrar uns sítios e acabei eu por conhecer sítios e novas pessoas... Mais uma noite no Japão!

sexta-feira, janeiro 14, 2005

long way from...

Viver afastado não é fácil. No fundo não sou diferente daqueles portugueses que partem para os países estrangeiros em busca dum futuro mais radioso, uma oportunidade para ganhar dinheiro e sustentar a família “lá na terra”. Sou estudante o que faz de mim uma priveligiada, tenho uma bolsa e nem sequer tenho que trabalhar nem sustentar ninguém, faço parte duma elite muito sortuda. Mas o que me levou a sair é a mesma motivação, a procura de um futuro mais risonho que o que me prometiam em Portugal.

No entanto a minha vida era mais confortável em Portugal. E isso assusta-me... é tão fácil acomodarmo-nos à vidinha, ao emprego das 9 as 7, café com os amigos, sair ao fim de semana... acabar o curso, arranjar emprego, um carro, casar, uma casa, e, assim que possível, filhos... No alarms and no surprises.
Talvez seja naive achar que o meu futuro risonho passa por um país estrangeiro, mas apesar de não estar asfaltada esta estrada que escolhi parece-me ter umas vistas mais interessantes... Talvez me estampe na próxima curva, talvez até chegue a algum paraíso.
Talvez engula as minhas próprias palavras e descubra o prazer dos empregos das 9 as 7... E seja feliz.
Onde quer que isto vá acabar o melhor é mesmo aproveitar a viagem!

quinta-feira, janeiro 13, 2005

um zero zero

Faz hoje 100 dias que cheguei ao Japão!

quarta-feira, janeiro 12, 2005

saudades em pause

E hoje estou em dia não.
Esta dança das cadeiras do Governo que Portugal assiste há uns anos irrita-me.
Different day, same shit, perdoem-me a linguagem. Não nos sinto a entrar nos eixos, aliás cada vez mais penso que somos uma caravela à deriva. As politiquices que mais parecem chafurdanços numa pocilga, os políticos que vivem no seu mundo, fazendo o seu próprio caminho egoísta, na sua redoma de vidro achando-se realmente importantes enquanto o resto do país assiste suspenso... talvez esperando o D. Sebastião que todos prometem ser... talvez simplesmente ignorando o chorrilho de disparates que se ouvem. Já não se pode acreditar em ninguém. A descredibilidade é total para todos os políticos em todas as forças políticas. Será possível acreditar em algum daqueles que se propõem a salvar-nos?
E porque é que a sociedade civil não faz nada? Como é que nos deixámos cair nesta apatia?
Infeliz ou felizmente não vou poder votar em Fevereiro... deixando o meu futuro em mãos alheias. Vamos lá a ver se é desta... ou então não volto!

corrupção

No Japan Times (o meu link com o mundo real que me rodeia...) leio que a corrupção vai desviar cerca de 60% do apoio financeiro enviado para os países destruídos pelo tsunami. 60%!!! Estou chocada. Não há limites para a falta de humanidade?
Perdoem-me se sou ingénua mas já não há, pelo menos, respeito pela desgraça alheia?

terça-feira, janeiro 11, 2005

working at the lab

Os dias passados no Lab em véspera de apresentação são uma morte lenta....
Como saber que o trabalho que fazemos vale alguma coisa? No que é que se pode confiar? E porque é que eu acho que não saio da cepa torta?

O meu ninja park não me convence...
Mas hoje comprei um voo para Sapporo!


ninja park

domingo, janeiro 09, 2005

"carols" ayumi hamasaki

O meu último sucesso nas noites de karaoke!

Deixo-vos a letra:

hajimete attahi o imamooboe teiru?
Tereta yooni kimi wa utsumuite
Me o sorashite bakari dattane
Sono shigusa o totemo itoshi kuomoo yooni
Natta no wa itsunokoro dattakana nandaka natsukashiine
Yagate ikutsumono kisetsuga bokutachi no mae o ashibayani
Toorimeketa

Shirui yuki ga machi o someru koronimo
Kimi no soba nii isasete
Watashi kore kara mo komarasete bakarikamoshire naikedo


Yodooshi wa na shiteta mirai datoka imaga
Amari ni watashi ni wa mabushikute
Tootoku kanji teita
Itsuka kako o yuruseruhi ga kurutoii no hito
Omotta ranamida afureta

Shirui yuki ga tokete machi ga azayaka ni irodorareru koromo
Kooshite kimino kotoga
Daijideshi katanai watashi de itai


Wakari aenai mama surechi gattahi mo namida no hisoshite
Egao afuretahi mo soodanna tokidatte
Donna kimi attemo itsumo oketomeruyo

Shirui yuki ga machi o someru koronimo Kimi no soba nii isasete
Watashi kore kara mo komarasete bakarikamoshire naikedo

Shirui yuki ga tokete machi ga azayaka ni irodorareru koromo
Kooshite kimino kotoga
Daijideshi katanai watashi de itai

sábado, janeiro 08, 2005

on your own

o bono disse: ...sometimes you can’t make on your own...

e eu penso que: ...but most of the time you really have to!

quinta-feira, janeiro 06, 2005

um dia musical...

Nikita
Nikita do Elton John foi o primeiro videoclip que vi, naquele canal espanhol que se apanhava na televisão dos meus avós na Beira Baixa.
Nikita, com a neve russa e aqueles barretes de pele, fazem-me sempre lembrar a casa gelada e a camilha com um aquecimento aos pés. E os natais com lareira que nos queima à frente enquanto as costas gelam. E a árvore de natal gigante que o meu avô ia à floresta cortar.
Num mundo em que nos obrigam a olhar para o futuro constantemente ter saudades do passado é assim tão mau?


125 azul
foi sem mais nem menos
Que um dia selei a 125 azul

Foi sem mais nem menos
Que me deu para abalar sem destino nenhum

Foi sem graça nem pensando na desgraça
Que eu entrei pelo calor
Sem pendura que a vida já me foi dura
P'ra insistir na companhia

O tempo não me diz nada
Nem o homem da portagem na entrada da auto-estrada

A ponte ficou deserta nem sei mesmo se Lisboa
Não partiu para parte incerta

Viva o espaço que me fica pela frente e não me deixa recuar
Sem paredes, sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar

Talvez um dia me encontre
Assim ... talvez me encontre

Curiosamente dou por mim pensando onde isto me vai levar
De uma forma ou outra há-de haver uma hora para a vontade de parar
Só que à frente o bailado do calor vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara, vou sentindo desafios que nunca ninguém sentiu

Talvez um dia me encontre
Assim talvez me encontre

Entre as dúvidas do que sou e onde quero chegar
Um ponto preto quebra-me a solidão olhar
Será que existe em mim um passaporte para sonhar
E a fúria de viver é mesmo fúria de acabar

Foi sem mais nem menos
Que um dia selou a 125 azul
Foi sem mais nem menos
Que partiu sem destino nenhum

Foi com esperança sem ligar muita importância àquilo que a vida quer
Foi com força acabar por se encontrar naquilo que ninguém quer

Mas Deus leva os que ama
Só Deus tem os que mais ama

terça-feira, janeiro 04, 2005

gastronomia mundial!

A vós todos por Portugal abram o frigorífico e agradeçam não terem saído do país e qualquer queijinho da serra, chouriço e até essas salsichas que desprezam estarem à distância do alcance da mão ou do supermercado do cimo da rua! E não à distância do mundo inteiro ou... dum pacote que chegou hoje nos correios trazendo iguarias europeias tão ansiadas!
Uma marmelada de odivelas fez o meu dia!

sábado, janeiro 01, 2005

F E L I Z A N O N O V O !

(mesmo que o Mundo não tenha razões para sorrir, não podemos perder o optimismo)

superstições
Não deve haver povo mais supersticioso que o japonês. É inacreditável a quantidade de papelinhos com a nossa pseudo-sorte escrita que se vendem (ah pois claro) nos templos e shrines...
Conforme o nome, conforme o ano de nascimento, conforme o tipo de sangue, conforme a língua, etc etc, variam os papeis com aquelas dúbias mensagens que dão para tudo obviamente! Vendem amuletos para sorte nos exames, na saúde (um diferente para cada parte do corpo, lógico), protecção da família, da empresa, do negócio, do país, sei lá...
Em cada templo é suposto atirar-se moedas para atrair a sorte o qualquer coisa do género. Sendo o Ano Novo o dia mais importante do ano é ver milhares de japoneses a esmagarem-se qual 1o de maio de 1974 nos templos mais famosos (se calhar dão “melhor” sorte) e atirar moedas. Como é praticamente impossível chegar à frente atiram-se moedas de qualquer lado e dizem-me que com um boné se pode ganhar uns bons trocos! Claro que as alminhas q fizerem grossos donativos ao Templo podem entrar nas salas fechadas ao público das moedinhas de 100 ienes...
Enfim como tudo o que é demais enjoa, acabei com as minhas próprias superstições, não abri champagne, não comi passas, não pedi 12 desejos, não usei a cueca azul e não vou ler o meu horóscopo!
E tenho dito!